Cid Moreira Deserdou os Filhos em Testamento de R$ 60 Milhões

O nome Cid Moreira é sinônimo de credibilidade e história no jornalismo brasileiro. Reconhecido pela sua marcante voz e trajetória na televisão, Cid faleceu aos 97 anos, no dia 3 de outubro de 2024, deixando um legado inquestionável. No entanto, sua partida não foi marcada apenas pela lembrança de seu trabalho, mas também pela polêmica envolvendo seu testamento, no qual ele deserdou seus dois filhos, Rodrigo e Roger Moreira.

O testamento de Cid, estimado em R$ 60 milhões, causou grande repercussão quando o advogado da viúva, Fátima Sampaio Moreira, revelou que os filhos do apresentador foram excluídos da herança. A decisão teria sido tomada por Cid com base na “indignidade”, prevista no Código Civil brasileiro, que permite deserdar herdeiros em determinadas circunstâncias.

Relação Conturbada com os Filhos e as Batalhas Judiciais

A relação de Cid com seus filhos já estava desgastada há anos. Rodrigo e Roger travaram uma série de batalhas judiciais contra o pai, culminando em um processo para interditá-lo, alegando que ele estaria sendo manipulado e explorado por Fátima. Em 2023, no entanto, essa ação foi arquivada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, que não encontrou evidências de que Cid estivesse sendo coagido.

Essa tensão familiar veio à tona em 2021, quando Rodrigo e Roger tentaram interditar Cid, afirmando que Fátima estava vendendo seus bens e transferindo o patrimônio para o exterior. Além disso, os filhos alegaram que o apresentador estava sendo mantido em cárcere privado, impedido de ter contato com a família. No entanto, em entrevista concedida ao UOL em 2022, Cid negou todas as acusações, afirmando que sua saúde mental estava intacta e que suas decisões eram feitas com plena consciência.

A relação entre pai e filhos deteriorou-se ainda mais com a divulgação de áudios por Roger Moreira, sugerindo que o relacionamento de Cid com Fátima teria começado enquanto ele ainda era casado com sua mãe, Ulhiana Naumtchyk. Esse fato, somado às disputas sobre a gestão do patrimônio do apresentador, intensificou o afastamento familiar.

A Exclusão dos Filhos: Decisão Baseada na Indignidade

A exclusão dos filhos do testamento foi confirmada pelo advogado da viúva de Cid, Davi Saldaño, que explicou que a decisão foi embasada no conceito de “indignidade”, previsto na legislação brasileira. Esse conceito permite que um herdeiro seja deserdado em situações específicas, como quando o herdeiro tenta tirar a vida do testador, acusa o testador injustamente de um crime ou, como no caso de Cid, entra com ações judiciais que podem ser consideradas desrespeitosas.

De acordo com Saldaño, Cid revisava seu testamento anualmente, sempre com o acompanhamento de médicos, para garantir sua sanidade mental no processo. Ele teria manifestado, de forma clara e pública, o desejo de deserdar os dois filhos, baseando-se no histórico de litígios e nas atitudes dos herdeiros em relação ao seu patrimônio.

“Cid Moreira manifestou em testamento público, motivadamente, a vontade de deserdar os dois filhos,” afirmou Saldaño, reforçando que a decisão foi tomada com plena consciência e não sob influência de terceiros, como alegam os filhos.

Patrimônio Estimado em R$ 60 Milhões

O patrimônio deixado por Cid Moreira é estimado em R$ 60 milhões, sendo que R$ 40 milhões correspondem a imóveis e R$ 20 milhões a contratos relacionados a direitos autorais. Boa parte da fortuna foi acumulada ao longo de sua longa e bem-sucedida carreira na televisão e em projetos paralelos.

Após o falecimento do apresentador, os filhos Rodrigo e Roger entraram com um pedido na Justiça para a abertura do inventário, buscando acesso ao testamento e às informações sobre o patrimônio. No entanto, o pedido de gratuidade feito pelos filhos para o processo de inventário, alegando dificuldades financeiras, chamou a atenção e gerou críticas da defesa de Fátima, que classificou a postura dos filhos como “inoportuna” e “focada apenas no patrimônio”.

As Alegações de Dificuldades Financeiras dos Filhos

Na petição judicial, os filhos de Cid Moreira alegaram que estão enfrentando dificuldades financeiras e solicitaram gratuidade no processo de inventário. Rodrigo e Roger também mencionaram na ação que os problemas psicológicos vividos durante o segundo casamento de Cid teriam impactado suas vidas e contribuído para a situação financeira atual.

Apesar dessas alegações, a defesa de Fátima se manteve firme, reforçando que os filhos estariam mais preocupados com o valor financeiro do patrimônio do que com o legado do pai. A viúva de Cid se manifestou poucas vezes sobre o caso, mas seu advogado, Davi Saldaño, foi enfático ao afirmar que a decisão de Cid foi tomada com plena clareza mental e que não há motivos para questionar a legitimidade do testamento.

A Sanidade Mental de Cid Moreira

Um dos principais pontos levantados pelos filhos na tentativa de contestar o testamento foi a questão da sanidade mental de Cid Moreira nos últimos anos de vida. Rodrigo e Roger alegaram que o pai estava sendo manipulado por Fátima e que, devido à idade avançada, ele já não tinha plena capacidade de tomar decisões sobre seu patrimônio.

Contudo, durante os anos em que o testamento foi revisado, Cid contava com o acompanhamento de médicos para garantir que suas faculdades mentais estivessem preservadas. Essa medida foi importante para afastar qualquer dúvida sobre a lucidez do apresentador ao tomar decisões tão importantes, como a de deserdar os filhos.

Em entrevista, Cid declarou que não se sentia ameaçado por Fátima e que as alegações dos filhos eram infundadas. “Eu provei na Justiça que minha saúde mental estava perfeita, e meus filhos só estão interessados nos meus bens,” disse o apresentador em 2022, reafirmando seu apoio e confiança na esposa.

O Futuro do Caso: Disputas Legais à Vista?

A exclusão dos filhos do testamento de Cid Moreira levanta questões sobre o desdobramento legal do caso. A legislação brasileira permite que herdeiros deserdados entrem com ações contestando a decisão, especialmente se conseguirem provar que o testador não estava em plenas condições mentais no momento da elaboração do testamento ou que a decisão foi tomada sob coação.

Rodrigo e Roger já mostraram disposição para levar o caso adiante e, embora a defesa de Fátima sustente que o testamento foi elaborado de forma legítima e dentro da lei, a disputa judicial pode se prolongar nos tribunais.

A decisão de Cid Moreira de deserdar seus filhos, Rodrigo e Roger, foi um desfecho de anos de batalhas judiciais e disputas familiares. Com um patrimônio estimado em R$ 60 milhões, a exclusão dos herdeiros foi embasada na “indignidade”, um conceito previsto pela lei brasileira, que permite deserdar herdeiros por atos considerados desrespeitosos.

Agora, a família de Cid enfrenta o desafio de lidar com as consequências dessa decisão, que pode se estender em novos processos judiciais movidos pelos filhos, contestando o testamento. O caso é um lembrete de como disputas familiares podem se intensificar, mesmo após a morte, quando o patrimônio e as relações pessoais entram em jogo.

FAQs:

1. Por que Cid Moreira deserdou os filhos? Cid Moreira deserdou seus filhos com base na “indignidade”, prevista no Código Civil, alegando que os filhos agiram de forma desrespeitosa em várias ocasiões, incluindo ações judiciais contra ele.
2. Qual é o valor estimado do patrimônio de Cid Moreira? O patrimônio de Cid Moreira é estimado em R$ 60 milhões, sendo R$ 40 milhões em imóveis e R$ 20 milhões em contratos de direitos autorais.
3. O que os filhos de Cid alegam nas disputas judiciais? Os filhos de Cid alegam que Fátima Sampaio, esposa do apresentador, manipulou Cid nos últimos anos e que ele já não tinha plena capacidade mental para tomar decisões sobre seu patrimônio.
4. O que é a indignidade no Código Civil? Indignidade é um conceito legal que permite deserdar herdeiros que tenham cometido atos graves contra o testador, como tentativas de homicídio ou falsas acusações de crimes.
5. Os filhos de Cid Moreira podem contestar o testamento? Sim, os filhos podem contestar o testamento, especialmente se conseguirem provar que Cid não estava em plena capacidade mental ao elaborar o documento ou que foi coagido.